Resumo: Atividade sobre a Grécia Antiga voltada para alunos do Ensino Médio. Trata da formação das pólis e da organização política e social da Grécia Antiga. Contém um texto e exercícios preparados, tudo pronto para imprimir e com respostas.
Habilidades BNCC:
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
Pernambuco: (EM13CHS201HI06PE) Reconhecer as dinâmicas e deslocamentos das populações, ideias e mercadorias, em diferentes tempos históricos como práticas sociais que desencadearam transformações, contatos e conflitos entre diversos povos e culturas, por motivos religiosos, econômicos e políticos.
Atividade - Grécia Antiga - Ensino Médio
As cidades-estados da Grécia
No início do século VIII a.C., o mundo grego estava dividido politicamente em uma porção de cidades, também chamadas de pólis. Tais cidades surgiram a partir da aliança entre diversos genos (clãs), isto é, grupos de famílias que se uniam para uma vida em pequenas sociedades. Devido ao relevo montanhoso, esses núcleos tenderam a se isolar, dificultando a possibilidade de unificação entre eles.
Na Grécia Antiga, a organização política interna daquela sociedade era muito diferente. Não havia um governo central (como um Rei, Imperador ou Presidente da Grécia), e cada pólis ou cidade tinha suas próprias leis, regras e sistema político. Muitas vezes, as cidades gregas chegavam mesmo a ter grande rivalidade ou guerrearem entre si, disputando territórios, colônias ou alguma riqueza. Como as cidades apresentavam ampla autonomia, utilizamos a expressão cidade-estado para se referir às pólis gregas.
Embora muito autônomas, essas cidades compartilhavam uma cultura grega comum. O culto aos deuses gregos, o uso da língua grega e a participação nas Olimpíadas, por exemplo, eram elementos compartilhados entre as diferentes cidades e que definiam o chamado “mundo grego”.
Organização e Sociedade nas cidades gregas
Era bastante comum que as cidades gregas se desenvolvessem a partir de uma área mais elevada, conhecida como acrópole, cercada por planícies. O quadro abaixo explica as diferenças existentes internamente nas áreas das cidades gregas.
Acrópole: Parte alta das pólis gregas, local que abrigava os principais templos religiosos e prédios administrativos. Também servia para a refúgio e defesa da população em tempos de guerra.
Agora e asty: Parte baixa da cidade, onde residiam seus habitantes. O mercado e a praça pública também eram importantes espaços dessa área da cidade.
As cidades eram, inicialmente, controladas pela aristocracia agrária, por meio de um conselho de eupátridas, os chefes dos clãs que diziam ser descendentes dos heróis lendários e grandes proprietários de terras. Mesmo que houvesse um rei na cidade, o poder de fato estava com os grandes donos de terra.
A escravidão era outro elemento muito comum nas cidades gregas. Normalmente, esses escravos eram capturados em guerras, mas também havia a chamada “escravidão por dívidas”, que ocorria quando um indivíduo não conseguia quitar seus débitos com um credor. Nesses casos, ele era reduzido à escravidão para compensar os prejuízos financeiros daquele que emprestou.
A diáspora grega e a fundação de colônias
Com o passar das décadas, a organização das cidades ficou mais complexa, especialmente devido ao desenvolvimento do comércio marítimo e do artesanato. As terras gregas, que eram pobres, impediam a expansão da agricultura. A intensificação do comércio exigia mais matérias-primas, muitas delas inexistentes na Grécia.
Dessa forma, no período conhecido como arcaico, entre os séculos VIII e VI a.C., os gregos navegaram pelos mares Negro e Mediterrâneo em busca de terras férteis. Fundaram colônias na parte ocidental da região mediterrânea que compreende a Itália e a Sicília (Magna Grécia), e na Ásia Menor. A expansão grega também deu vazão a um problema social crescente.
A elite controlava as melhores terras e apenas os primogênitos (filhos mais velhos) recebiam por herança as terras. Desta forma, os filhos mais novos, assim como os trabalhadores livres, eram excluídos do processo de divisão de terras. Sem grandes oportunidades de obter sucesso econômico e, às vezes, o seu próprio sustento, a migração surgiu como uma maneira de obter uma vida melhor nas colônias gregas asiáticas e europeias da região do Mediterrâneo.
As cidades-estados gregas se consolidaram nesse período. Entretanto, elas tiveram diferentes estágios de desenvolvimento e amadurecimento em termos econômicos, sociais, políticos e culturais. O poder era exercido pelos aristocratas, que formavam uma oligarquia, ou seja, um governo de poucos.
No total, havia mais de uma centena de cidades-estados gregas. As que mais se destacaram foram Esparta e Atenas, que tiveram características próprias e marcaram profundamente a vida dos gregos. Nas próximas aulas, estudaremos sobre a organização de Esparta e Atenas, além de características culturais sobre os gregos.
Exercícios - Grécia Antiga Ensino Médio
1. Após a leitura do texto, assinale V ou F para as afirmações abaixo.
( ) Na Grécia Antiga, cada cidade tinha um governo central que controlava todas as pólis.
( ) As pólis gregas surgiram a partir da aliança entre diversos genos (clãs).
( ) A expressão “cidade-estado” é usada para se referir às pólis porque cada uma tinha seu próprio governo e sistema político.
( ) Todas as cidades gregas tinham as mesmas leis e regras.
( ) A escravidão por dívidas ocorria quando um indivíduo não conseguia pagar seus débitos e era reduzido à escravidão.
2. Relacione as colunas, ligando as expressões à sua definição correta.
a. Pólis
b. Asty
c. Acrópole
d. Eupátridas
e. Escravidão por Dívidas
I. Grupo dominante de aristocratas que controlavam as terras.
II. Parte elevada das cidades gregas, que incluía templos e edifícios públicos.
III. Cidade-estado grega com governo e leis próprios.
IV. Parte baixa da cidade, onde fica o mercado e a praça pública.
V. Condição em que a pessoa se tornava escrava por não conseguir honrar suas dívidas.
3. Com suas palavras, explique como era a organização política do mundo grego e compare com o Brasil atualmente.
4. Como se deu a colonização grega? Qual a relação desse processo com o crescimento das famílias dos eupátridas?
5. Leia o parágrafo abaixo e responda com suas palavras: Há relações claras entre o mundo greco-romano antigo e nossos dias atuais? Qual o sentido de estudá-lo?
“Grécia e Roma, o que é que têm a ver com a gente? Esta é uma pergunta que está na cabeça de muitos estudantes de história, e também na minha quando, ainda criança, assistia a filmes como Cleópatra ou a desenhos como o de Hércules. Lá se vão alguns decênios e, em pleno ano 2000, um grande sucesso de Hollywood foi Gladiador. Percy Jackson também teve forte popularidade, seja nos livros ou na tela de cinema. A cada quatro anos, a Grécia Antiga vem à tona, graças aos Jogos Olímpicos, como em 2016, no Rio de Janeiro. Lembro-me bem de como, ainda pequeno, todos acompanhavam as procissões e as representações da Paixão de Cristo: impressionavam-me os soldados romanos, Pilatos, as cruzes. As leituras dos evangelhos, nas missas dominicais, nos levavam para as cidades antigas: “carta aos efésios”, “estando na praça, S. Paulo disse…”, frases que nos transportavam todos a esse outro mundo. Essas sensações ainda hoje me vêm à mente quando sintonizo uma das rádios religiosas, em suas leituras, com seu “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Além disso, História, Filosofia, Teatro, Política e Democracia são tantas outras expressões e conceitos tão importantes para nós e que herdamos dos gregos e romanos antigos…”
(Adaptado de FUNARI, Pedro Paulo. “Grécia e Roma” São Paulo: Contexto. 2002)
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Respostas dos exercícios de Grécia Antiga para o Ensino Médio
1. F / V / V / F / V
2. A-III / B-IV / C- II / D-I / E-V;
3. No mundo grego antigo, a organização política era caracterizada pela ausência de um governo centralizado. Cada pólis (cidade-estado) tinha sua própria administração, leis e sistema político, funcionando de maneira independente. Essas cidades podiam ter formas de governo variadas, como oligarquias, monarquias ou democracias. No Brasil dos dias atuais, existe um governo centralizado com um presidente, e o país é dividido em estados, cada um com seu próprio governo, mas todos submetidos à Constituição Federal.
4. A colonização grega se deu principalmente entre os séculos VIII e VI a.C., durante o período conhecido como arcaico. Devido à escassez de terras férteis e à necessidade de obter matérias-primas que não eram encontradas na Grécia, os gregos navegaram pelos mares Negro e Mediterrâneo em busca de novas terras. Eles fundaram colônias em várias regiões, incluindo a Itália, Sicília (conhecida como Magna Grécia) e a Ásia Menor.
A relação desse processo com o crescimento das famílias dos eupátridas está no controle das melhores terras por parte da aristocracia agrária. Os eupátridas, grandes proprietários de terras, mantinham o poder e passavam suas propriedades principalmente aos filhos primogênitos. Isso deixava os filhos mais novos e os trabalhadores livres sem terra e sem oportunidades econômicas. A migração e a colonização foram soluções para esses gregos excluídos encontrarem novas oportunidades e obterem melhores condições de vida nas colônias.
5. Sim, há relações claras entre o mundo greco-romano antigo e nossos dias atuais. A influência da Grécia e Roma pode ser observada em diversas áreas, como a política, a filosofia, o teatro, a arquitetura, e até mesmo no esporte, com os Jogos Olímpicos. Estudar a Grécia e Roma nos ajuda a entender as origens de muitas das nossas práticas e instituições modernas. Além disso, a cultura greco-romana continua presente em nossa vida cotidiana através de referências em filmes e literatura, por exemplo.