Resumo: O texto aborda algumas das principais causas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) numa linguagem fácil e acessível. Também apresenta a ideia de Paz Armada e a formação da Tríplice Entente e da Tríplice Aliança. Acompanha quatro exercícios de fixação e uma atividade de confecção de um mapa sobre a guerra. Serve tanto para o Nono Ano dos Anos Finais como para o Ensino Médio.
Habilidades – BNCC – EF09HI10 e EM13CHS204.
As causas da Primeira Guerra Mundial
I) O avanço da Ciência e a Belle Époque
Durante o início dos anos de 1900, os europeus viviam um clima de euforia. Enquanto a ciência divulgava saberes completamente novos, seja na medicina, na química ou na biologia, as pessoas se encantavam com as novas invenções e descobertas tecnológicas.
Feitos jamais imaginados pelo homem eram anunciados com frequência, gerando um forte otimismo e esperança no progresso da humanidade. Durante essa época, inovações como o telefone, o automóvel e o avião surgiram, transformando a vida de maneiras inimagináveis. Com essas tecnologias, a vida tornou-se mais confortável, as comunicações mais acessíveis, e o mundo parecia encolher de tamanho devido à velocidade dos meios de transporte. Sob esse otimismo generalizado, os europeus denominavam esse período de “Bela Época”, ou a “Belle Époque”, em francês.
No entanto, o progresso desse período não se restringiu a melhorias na qualidade de vida. O investimento em armamentos resultou no surgimento de metralhadoras giratórias, tanques de guerra e gases venenosos. A desigualdade no acesso a essas inovações também era evidente, com as elites desfrutando dos benefícios, enquanto a classe trabalhadora enfrentava condições de vida precárias e jornadas exaustivas.
II) O Nacionalismo
Nacionalista é a pessoa que tem grande orgulho por seu país e cultura. Embora pareça um sentimento saudável e inofensivo, no contexto da Primeira Guerra Mundial, o nacionalismo contribuiu significativamente para a rivalidade entre países e o início do conflito.
A fim de fortalecer o sentimento nacionalista na população, os líderes políticos e intelectuais das principais potências estimulavam a competição com países vizinhos, tanto em termos culturais quanto territoriais. Utilizavam a história e avanços tecnológicos para demonstrar superioridade, resgatando antigas rivalidades que aumentaram as tensões entre as nações. Além disso, os nacionalistas recorriam a argumentos racistas da época, buscando afirmar a superioridade da “raça” de certos países sobre as demais.
Portanto, a Europa vivia em um clima tenso e altamente rivalizado. Entre as principais tensões regionais, destacam-se a disputa entre França e Alemanha, bem como nos Bálcãs. Enquanto os nacionalistas franceses exigiam a retomada do território da Alsácia-Lorena dos alemães, perdido na Guerra Franco-Prussiana, os nacionalistas sérvios buscavam anexar a Bósnia do Império Áustro-Húngaro. Para os sérvios, esse território apresentava uma população eslava e deveria fazer parte de um mesmo país com os sérvios, em vez de permanecer sob domínio austríaco.
III) O Imperialismo
Uma terceira causa da Primeira Guerra foi o Imperialismo. Esse processo foi caracterizado pela disputa das potências europeias por territórios na África e na Ásia, onde buscavam matérias-primas e mercados consumidores para suas economias. A exploração dessas regiões ocorria sem qualquer respeito ou cuidado com as populações locais e as questões ambientais.
A corrida por territórios fora da Europa intensificou o clima de rivalidade entre as potências. Nações que se unificaram tardiamente, como Alemanha e Itália, ficaram com poucos territórios coloniais, alimentando ressentimentos em relação à França e à Inglaterra, países que lideraram a corrida imperialista e asseguraram vastas porções territoriais. Como resultado, ameaças militares e tensões diplomáticas eram constantes, exemplificado pela Crise do Marrocos, quando Alemanha, França e Inglaterra quase declararam guerra devido à disputa pelos direitos comerciais neste país africano.
A Paz Armada e a Política de Alianças
Com o aumento das tensões na Europa, os países começaram a se preparar para um possível conflito, dedicando-se à construção de alianças estratégicas que evitariam o isolamento em caso de guerra.
De um lado, em 1904, a França e a Inglaterra criam a “Entente Cordial”, aliança que aproximava os países em oposição à influência alemã. Enquanto que a França buscava reconquistar os territórios da Alsácia-Lorena, a Inglaterra rivalizava com a Alemanha na disputa pela liderança econômica no continente. Posteriormente, a Rússia também se aproximou dos países da Entente, tendo em vista o aumento de tensão contra os Alemães e Austríacos nos Bálcãs e no Leste da Europa. Formavam assim, a Tríplice Entente.
Por sua vez, a Alemanha se aproximou da Itália e do Império Austro-Húngaro. Os Italianos e Alemães estavam alinhados na oposição aos franceses e ingleses na África, tendo em vista que se consideravam injustiçados na partilha dos territórios coloniais. Já Alemães e Austríacos tinham uma aliança duradoura desde 1879, formada como medida para impedir avanços da Rússia em seus territórios. Esse grupo ficou conhecido como Tríplice Aliança.
Ao mesmo tempo em que formavam as alianças, os países europeus investiam na produção armamentista, já que não queriam ficar para trás na disputa com seus rivais. Armazenavam o máximo de munições, equipamentos e explosivos possível, preparando-se para o início um possível conflito futuro. Esse fenômeno de alta produtividade de armamentos antes mesmo do início do conflito foi denominado Paz Armada.
Exercícios:
1. Com suas palavras, explique o que foi a Belle Époque.
2. A partir da leitura do texto sobre a Belle Époque, responda: o avanço da ciência é sempre positivo para a humanidade? Justifique.
3. Qual a relação entre o nacionalismo e a Primeira Guerra Mundial?
4. Por que o Imperialismo contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra?
1. A Belle Époque foi um período de relativa paz, prosperidade e otimismo na Europa, que ocorreu aproximadamente entre o final do século XIX e o início do século XX. Foi caracterizado por avanços nas artes, na cultura, na moda, na tecnologia e na ciência, além de um estilo de vida refinado e hedonista predominante entre a elite.
2. Nem sempre o avanço da ciência é positivo para a humanidade. Embora traga benefícios como avanços médicos, tecnológicos e melhorias na qualidade de vida, também pode gerar consequências negativas, como armamentos mais poderosos, destruição do meio ambiente e dilemas éticos, como a manipulação genética. É importante considerar como a ciência é usada e quais são seus impactos sociais e éticos.
3. O nacionalismo desempenhou um papel significativo na Primeira Guerra Mundial, pois os sentimentos nacionalistas exacerbados em várias nações europeias contribuíram para a escalada de tensões e conflitos. O nacionalismo alimentou rivalidades entre as potências europeias, levando a alianças políticas complexas e a uma mentalidade beligerante que facilitou a eclosão do conflito.
4. O Imperialismo contribuiu para a eclosão da Primeira Guerra Mundial de várias maneiras. O desejo das potências europeias por territórios coloniais levou à competição por recursos e mercados, criando tensões entre as nações imperialistas. Além disso, o Imperialismo exacerbou as rivalidades entre as potências, especialmente na Europa, aumentando a instabilidade e a desconfiança entre elas. Esses fatores contribuíram para o clima de tensão que eventualmente desencadeou o conflito em larga escala.
Atividade:
Tríplice Entente: Reino Unido/Rússia/França.
Tríplice Aliança: Alemanha/Áustria-Hungria/Itália.