Resumo: Atividade sobre Grandes Navegações para os Sétimos Anos. Introduz os motivos da Expansão Europeia e características gerais das viagens nas caravelas. Acompanha exercícios e um infográfico para ser preenchido pelos alunos.
Habilidade BNCC: (EF07HI02) Identificar conexões e interações entre as sociedades do Novo Mundo, da Europa, da África e da Ásia no contexto das navegações e indicar a complexidade e as interações que ocorrem nos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.
As Grandes Navegações
Temperos: um negócio de milhões!
Pimenta, cravo, açúcar, chás, canela… Você já deve ter visto esses produtos na prateleira de um mercado próximo a sua casa, não é mesmo?
Porém, no passado, na Europa, esses itens eram extremamente raros e valiosos! Eram tão excepcionais que, quando um nobre falecia, não era incomum que deixasse de herança para seus filhos coisas como “2 kg e meio de açúcar” ou uma estante de condimentos.
Mas, por que eram tão valiosos? De onde vinham? O que isso tem a ver com o Brasil e até mesmo com a Igreja? Essas são alguns dos mistérios que vamos solucionar ao longo da aula de hoje.
A Idade Moderna e o Renascimento Comercial
O comércio de especiarias (temperos) era um símbolo de uma nova fase da história da Europa, que teve início no século XV: a Idade Moderna.
Esse período marcou o fim da Idade Média e trouxe grandes mudanças econômicas e sociais ao continente. A Europa tinha acabado de superar o terror da peste negra, doença que dizimara um terço da população europeia no século passado e assistia novamente ao crescimento da população. Aos poucos, as cidades cresceram e, com elas, a demanda por novos produtos e mercadorias.
Nesse processo, o comércio foi ganhando cada vez mais espaço. Feiras e mercados se multiplicaram, e novas rotas comerciais foram estabelecidas, ligando diferentes partes do mundo. Comerciantes italianos, especialmente de Gênova, Veneza e Florença, estabeleceram rotas para trazer especiarias das Índias, viajando pelo Mar Mediterrâneo. Esses comerciantes, chamados de “burgueses”, eram os grandes beneficiários dessa nova fase comercial, enriquecendo com a comercialização de especiarias.
O comércio não só revitalizou a economia europeia, mas também transformou a sociedade, impulsionando o desenvolvimento das cidades e promovendo o surgimento de uma nova classe social próspera. Comerciantes e banqueiros tornaram-se figuras influentes, contribuindo para o florescimento cultural e econômico da Europa durante a Idade Moderna.
Competição e Descoberta de Novas Rotas
Dentre as várias mercadorias vendidas, as especiarias eram uma das mais valiosas e raras na Europa. Esses temperos vinham do outro lado do mundo, das Índias, e as plantas que os produziam não se adaptavam ao clima europeu. Por isso, precisavam ser cultivadas em áreas distantes. Trazer e revender esses produtos na Europa era um comércio muito lucrativo.
A possibilidade de enriquecer com esse comércio atraiu outros países. Portugueses, espanhóis e flamengos (da região da atual Bélgica) queriam participar desse negócio rentável. Mas as cidades italianas queriam manter o monopólio para obter os maiores lucros possíveis.
Os portugueses decidiram encontrar uma solução: descobrir um novo caminho para chegar às Índias e às especiarias, evitando a rota dos italianos. O desafio era executar esse plano, pois os europeus não conheciam outra rota para chegar à Ásia.
Na época, algumas teorias sugeriam a possibilidade de chegar às Índias contornando o continente africano ou navegando a oeste, atravessando o Oceano Atlântico. Hoje sabemos que esses caminhos são verdadeiros e possíveis, mas naquela época eles eram cheios de incertezas e desafios.
Lendas e Perigos
Muitas lendas povoavam o imaginário dos europeus. Alguns acreditavam que o mundo era plano como uma mesa e que em suas beiradas haveria o fim do mundo, onde uma embarcação poderia cair para o além. Outros acreditavam em criaturas lendárias e perigosas que habitavam o alto mar, como o kraken, sirenas e monstros terríveis.
Havia também o perigo silencioso e terrível dessa empreitada: as doenças, a fome, as calmarias no mar e os naufrágios. Os desafios eram muitos. Ainda assim, o desejo de obter lucro com as especiarias falou mais alto.
Outro elemento que contribuiu para que as navegações acontecessem veio da própria Igreja Católica. Na época, os religiosos defendiam a importância de navegar para novas partes do mundo para levar a palavra de Cristo a outros continentes. Entre outras coisas, prometia-se a remissão dos pecados aos bravios que se envolvessem neste santo empreendimento.
Explorando Novas Rotas
Assim, em 1415, os portugueses lançaram-se ao mar em busca de uma nova rota para a Ásia. Seu plano era contornar o continente africano, o chamado “Périplo da África”.
A empreitada começou com a tomada de Ceuta, no atual Marrocos. Com o passar dos anos, os navegadores exploraram pouco a pouco mais ao sul, até que em 1488 Bartolomeu Dias conseguiu contornar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Isso tudo a muito custo, muitos anos e muitas vidas perdidas no mar!
Mas, apesar dos desafios, não é que o plano do “Périplo Africano” deu certo? Hoje essa viagem pode parecer algo corriqueiro, mas foi uma conquista comparável ao primeiro homem a voar num avião ou até mesmo a desbravar o espaço sideral! Ninguém jamais imaginava que seria possível fazer uma viagem tão longa e tão desafiadora como essa.
O primeiro navegador a completar a nova rota para as Índias foi Vasco da Gama, que chegou lá em 1498. Foram quase 100 anos para conquistar esse feito, mas Portugal se deu muito bem: a própria viagem de Vasco da Gama rendeu um lucro de 2000%!
Atividade - Infográfico
Nesta atividade, os estudantes devem preencher o infográfico com informações coletadas na leitura e estudo do texto.
Exercícios
1. Quem eram os burgueses na Idade Moderna?
2. Por que Portugal queria encontrar uma nova rota para as Índias?
3. Leia as frases abaixo e avalie se são verdadeiras (V) ou falsas (F).
I. ( ) No passado, açúcar e canela eram comuns e baratos na Europa.
II. ( ) O comércio de especiarias ajudou a revitalizar a economia europeia durante a Idade Moderna.
III. ( ) Os italianos foram os primeiros a encontrar uma nova rota para as Índias.
IV. ( ) A Igreja Católica apoiava as navegações para levar a palavra de Cristo a novos continentes.
V. ( ) Vasco da Gama foi o primeiro navegador a completar a nova rota para as Índias em 1498.
4. Complete as frases abaixo corretamente.
a) O comércio de especiarias era um símbolo da nova fase da história da Europa, chamada ____________________. (Idade Média/Idade Moderna/Idade das Trevas/Idade Antiga).
b) Os comerciantes italianos, especialmente de _____________, _____________ e _____________, enriqueceram com a comercialização de especiarias. (Roma/Gênova/Florença/Veneza/Nápoles).
c) Muitas lendas diziam que o mundo era ______________ como uma mesa. (plano/redondo/quadrado/oval).
d) Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu contornar o ______________________________. (Cabo da Boa Esperança/Península Ibérica/Cabo das Tormentas/Cabo Horn)
5. Qual era um dos principais objetivos das navegações portuguesas, além do comércio?
a) Encontrar novas espécies de animais
b) Espalhar a palavra de Cristo
c) Descobrir a América
d) Construir castelos em outros continentes
1. Os burgueses eram comerciantes e banqueiros que enriqueciam com o comércio de especiarias e outras mercadorias.
2. Portugal queria encontrar um novo caminho para as Índias para evitar as rotas controladas pelos italianos e lucrar com o comércio de especiarias, que eram extremamente valiosas na Europa.
3. F – V – F – V – V
4.
a) Idade Moderna
b) Gênova, Florença e Veneza.
c) Plano
d) Cabo da Boa Esperança
5. Letra B.