Resumo: Síntese dos principais tópicos sobre Brasil Colônia. Ótimo para revisões, fechamento de tema e estudos pré-vestibulares. Acompanha mapas mentais bem didáticos!
Brasil Colonial (1500-1822)
I) O “descobrimento”
Países ibéricos (Península Ibérica) buscavam nova rota comercial para as Índias, interessados no acesso direto às especiarias.
- A rota através do mediterrâneo ou terrestre era controlada por muçulmanos.
- Especiarias: Cravo da índia, pimenta, noz-moscada, mostarda.
- Projetos:
Portugal: Périplo Africano (100 anos).
Espanha: Hipótese do mundo redondo (esfericidade da Terra); Cristóvão Colombo chega à América em 1492. - Cabral chega ao Brasil em 1500. Primeiro relato escrito sobre o Brasil vem de Pero Vaz de Caminha, escrivão da viagem de Cabral.
II) Tratado de divisão da América:
- Para evitar conflitos entre Portugal e Espanha, é assinado em 1494 o Tratado de Tordesilhas (divisão da América).
- O papa organiza a faz mediação na situação.
- Linha divisória a partir de 370 léguas da ilha de Cabo Verde.
- Espanha: garante a região na América em que encontrou metais preciosos.
- Portugal: Garante o monopólio da rota pela África e a possibilidade de um território na América.
- Outras potências europeias se sentem excluídas, e conduzirão diversas invasões na América (Holanda, Inglaterra, França).
III) Características econômicas
- Espanhóis encontram ouro e prata rapidamente em sua porção da América, ao contrário dos portugueses.
Ciclos Econômicos da América Portuguesa:
- 1500-1530: O Brasil não despertava grande interesse da coroa portuguesa. Utilizada apenas para extração do pau-brasil, com a mão de obra indígena usada através do escambo (troca).
- 1530-1709 – A principal mercadoria colonial passa a ser o açúcar. Período marcado pela ênfase no cultivo da cana-de-açúcar e da fabricação do açúcar nos engenhos.
- 1709-1785 – O principal produto colonial passa a ser o ouro, encontrado em Minas Gerais. A extração, taxação e exportação do ouro se transformam nos principais negócios coloniais.
Pacto Colonial: Regra imposta por Portugal ao Brasil. Nela, a colônia só podia comercializar com a metrópole (ou seja, o Brasil só poderia comerciar com Portugal). Os preços eram definidos por Portugal e o objetivo era gerar o máximo de lucro à metrópole.
IV) Portugueses e indígenas no Brasil:
- Colonos e a Coroa portuguesa não tinham interesse real em conhecer os povos e culturas indígenas aqui existentes.
“Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências (…) E o fato de Ele nos haver até aqui trazido, creio que não o foi sem causa. E portanto, Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar à santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E aprazerá Deus que com pouco trabalho seja assim.” (Carta de Pero Vaz de Caminha)
- Primeiro contato entre indígenas e europeus é amistoso, apesar do forte etnocentrismo europeu.
- Indígenas eram comumente descritos como “bárbaros” ou como uma “folha em branco”. Neste caso, seriam inocentes e precisavam ter o cristianismo escrito em suas almas.
- A paz entre indígenas e europeus durou pouco. Ao longo do período colonial, povos indígenas foram submetidos à escravidão, apesar do protesto de jesuítas.
- Jesuítas: responsáveis pela cristianização dos indígenas. Constroem missões e aldeamentos. Buscam aprender a língua tupi para mais facilmente cristianizar os índios. Em troca, indígenas trabalhavam nos aldeamentos.
- A chegada dos europeus provocou muitas mortes entre os indígenas por causa de doenças, escravização e guerras.
- Indígenas: buscavam utilizar a rivalidade entre portugueses e outros europeus segundo seus interesses (ex. Confederação dos Tamoios)
V) O Pau-Brasil
- Com a rota para as Índias pelo sul da África recém-descoberta e a ausência de ouro no Brasil, a Coroa não teve interesse em colonizar a América Portuguesa nos primeiros anos.
- Único produto extraído era o pau-brasil.
- Usado principalmente para tingir tecidos.
- Alto valor comercial.
- Não leva a uma efetiva colonização do Brasil. A presença portuguesa permanece na costa e nas feitorias (entrepostos comerciais).
VI) O açúcar
- Principal mercadoria ligada à colonização.
- Por que o açúcar?
1) Alto valor de venda na Europa.
2) Portugal tinha experiência prévia em sua produção (Ilha da Madeira e Ilha de São Tomé).
3) Necessidade de viabilizar economicamente a colonização o Brasil – outras potências (França, Holanda, Inglaterra, etc.) tinham interesse em tomar áreas coloniais. - Produção: sistema de plantation: uma única cultura, em grandes fazendas (latifúndios), voltados para a exportação.
- Como era o engenho:
“Um grande engenho chegava a ter cerca de 5 mil moradores. Era constituído de áreas florestais, fornecedoras de madeira; plantações de cana; a casa-grande: a residência do proprietário, de sua família, dos agregados e sede da administração; a capela; e a senzala, alojamento dos escravos. Uma área era destinada à lavoura de subsistência, com mandioca, milho, etc.; A moenda, a casa de caldeiras e a casa de purgar formavam a fábrica do açúcar, o engenho propriamente dito. O produto era enviado para Portugal e depois para Flandres, onde era refinado e comercializado” - A sociedade do açúcar:
I) A elite da sociedade era composta pelos senhores de engenho, brancos e ricos proprietários;
II) Abaixo deles estavam os pequenos proprietários de terras, comerciantes, soldados, artesãos e funcionários livres do engenho.
III) Na base da sociedade estavam os escravos, principalmente africanos, mas também indígenas. - Por que a escravidão africana?
1) Alto lucratividade do tráfico negreiro;
2) Não havia resistência da igreja e dos jesuítas;
3) Indígenas tinham maior facilidade de fuga, já que conheciam mais das características da geografia local;
4) Doenças trazidas pelos portugueses afetavam mais os indígenas;
5) Escravos africanos dispunham de conhecimento de técnicas agrícolas que interessavam aos colonos portugueses;
VII) A Administração Portuguesa:
- Inicialmente, a coroa Portuguesa não tinha condições de gastar muito com a colônia. Assim, optou pelo sistema de Capitanias Hereditárias.
- Dividiu a colônia em 15 capitanias hereditárias e doa para particulares entre 1534 e 1536.
- Pretendia que os donatários particulares gastassem seu dinheiro e colonizassem a América.
- As Capitanias hereditárias foram um completo fracasso. Apenas a capitania de São Vicente e Pernambuco deram certo.
- Motivo do fracasso: Desinteresse econômico dos capitães donatários, indígenas hostis, altos custos e riscos.
- Diante do insucesso, em 1549, a coroa portuguesa adota nova estratégia administrativa: o Governo Geral. Ações deste novo modelo:
I) Centralizar a administração.
II) Coordenar as Capitanias Hereditárias.
III) Organizar a produção do açúcar.
IV) Combater invasões estrangeiras e indígenas hostis.
VIII) União Ibérica e Invasões Holandesas:
- 1578: O Rei de Portugal, Dom Sebastião, morre em Batalha contra os muçulmanos em Alsacer-Quibir (atual Marrocos).
- Não deixou descendentes, gerando uma disputa de sucessão pelo trono português.
- Da disputa, quem assumiu foi Filipe II, então rei da Espanha.
- Situação nova para Portugal: a União Ibérica. Duas coroas unidas (Portugal e Espanha) num único rei.
- Como consequência da União, Portugal “herda” a rivalidade com os países inimigos do rei espanhol – em especial, os Holandeses.
- Holandeses invadem a região de atual Pernambuco, controlando desde o Maranhão até o Sergipe ao longo de 1630 até 1654.
- Principal administrador do Brasil Holandês: Maurício de Nassau.
- Nassau moderniza Recife, traz artistas e cientistas europeus para pintar e pesquisar na região do Brasil.
- Buscando estimular a produção açúcar em sua colônia, os holandeses concedem empréstimos aos senhores de engenho, além de revender a crédito os engenhos de senhores que fugiram com a invasão holandesa.
- Conquistam Angola para normalizar o tráfico de escravos para a região.
- Holandeses são expulsos com a Insurreição Pernambucana (1645-1654). Inicialmente os colonos não contaram com a ajuda de Portugal. Depois das primeiras vitórias, conseguem apoio metropolitano na expulsão dos holandeses.
- A cobrança dos empréstimos concedidos aos senhores de engenho provocou a Insurreição.
IX) Outas atividades econômicas coloniais
- Além do açúcar, houve atividades secundárias no Brasil. As mais importantes são:
1) Pecuária: produção de gado, mulas, burros e cavalos para serem utilizados principalmente no engenho – como força e carne. É importante pois leva à interiorização da colonia.
2) Tabaco: Importante produção principalmente na Bahia, é o segundo produto mais exportado no período do açúcar.
3) Drogas do Sertão (Amazônia): Cacau, Urucum e outros. Extraídos ao longo do Rio Amazonas. Importante para a interiorização e descoberta da atual região norte.
4) Bandeirantismo – expedições cujo objetivo era procurar riquezas no interior da colônia e capturar nativos para vender como escravos. Os bandeirantes também eram contratados para destruir os quilombos.
X) A mineração
- Década de 1790: Confirmação de que havia ouro em terras na América Portuguesa. Descoberto por bandeirantes.
- A descoberta do ouro atraí milhares de pessoas para a região das Minas Gerais (fluxo migratório). Esperança de enriquecimento rápido.
- Provocou um deslocamento do eixo econômico da Colônia: Antes situado no nordeste (açúcar), agora no sudeste (mineração).
- Capital passa de Salvador para o Rio de Janeiro (1763) – maior proximidade e melhor fiscalização das minas.
- Exploração do ouro: Maior parte era feita por escravos de grandes proprietários. Também havia os faíscadores (pequenos garimpeiros), embora com menores oportunidades de mineração.
- Ouro: estimula o crescimento das cidades e intensifica o comércio na região.
- Minas Gerais eram fortemente fiscalizada pela coroa. Combatiam o contrabando e a sonegação.
- Impostos cobrados na região das minas:
1) Quinto (20%) do ouro encontrado;
2) Capitação – imposto cobrado por pessoa/escravo;
3) Casas de Fundição: todo o ouro deveria ser derretido em barras por essas casas e assim teriam a chancela real. Qualquer ouro encontrado sem ser em barra e sem a chancela era tido como contrabando.
4) Finta: meta de ouro a ser arrecadado (100 arrobas) anualmente.
5) Derrama: cobrança forçada de imposto em Minas Gerais. Quem tivesse qualquer tipo de ouro em casa poderia ser tomado. ALTAMENTE IMPOPULAR. - O ouro brasileiro contribuiu para a ocorrência da Revolução Industrial. Motivo: Tratado dos Panos e Vinhos
Ouro extraído no Brasil era levado para Portugal (metrópole). - Em Portugal, pelo tratado, os panos e tecidos consumidos eram preferencialmente ingleses. Para adquirí-los, pagava-se principalmente com o ouro brasileiro.
- Com o passar dos anos, o ouro brasileiro se acumulou na Inglaterra e permite que ocorra a Revolução Industrial.
- Barroco mineiro: Aleijadinho, igrejas nas cidades mineiras.
- Inconfidência Mineira (1789) – Conspiração de independência das Minas Gerais. Motivado pelos altos impostos e inspirados na Independência dos EUA e no Iluminismo. Planejado pela elite local, não previa mudanças na escravidão e foi violentamente reprimido antecipadamente.
- Principal nome: Tiradentes.
XI) Período Joanino (1808-1822)
- Fugindo do Bloqueio Continental de Napoleão, Dom João VI transfere a capital do império português para o Rio de Janeiro.
- Primeira Medida – Abertura dos Portos às Nações Amigas (1808). Fim do Pacto Colonial.
- Para sediar a nova capital, o Brasil e o Rio de Janeiro passam por grandes mudanças. Exemplos:
1) Economia: Fundação do Banco do Brasil, aumento do tráfico de escravizados, Alvará de Liberação das Manufaturas.
2) Artes e Educação: Criação da Biblioteca Nacional, Jardim Botânico, Escolas de Cirurgia do Rio de Janeiro e da Bahia, Academia de Belas Artes, Missão Artística Francesa (1816). - Ações militares: Neste período, Dom João invade a Cisplatina (Uruguai), a Guiana Francesa e promove a guerra contra os indígenas botocudos (trabalho forçado e mais terras para agricultura).
- As medidas do Período Joanino causam um aumento generalizado de impostos. População de Pernambuco se revolta, organizando um movimento republicano e de independência na região, a Revolução Pernambucana (1817).
- Revolução Liberal do Porto (1821) começa em Portugal e exige o retorno de Dom João para Europa. O monarca volta em 1821 e deixa Pedro de Alcântara, seu filho, no Brasil.
- Elites brasileiras se preocupam com a possibilidade de recolonização do Brasil. Estimulam o príncipe de Portugal a liderar um processo de Independência.
- 1822: Independência do Brasil, movimento organizado pelas elites proprietárias e por Dom Pedro I. Fim do período colonial.