ATENÇÃO: Gabarito ao final da lista!
1. (ENEM PPL 2020) Nas cidades, os agentes sociais que se rebelavam contra o arbítrio do governo também eram proprietários de escravos. Levavam seu protesto às autoridades policiais pelo recrutamento sem permissão. Conseguimos levantar, em ocorrências policiais de 1867, na Província do Rio de Janeiro, 140 casos de escravos aprisionados e remetidos à Corte para serem enviados aos campos de batalha.
SOUSA, J. P. Escravidão ou morte: os escravos brasileiros na Guerra do Paraguai. Rio de Janeiro: Mauad; Adesa, 1996.
Desconstruindo o mito dos “voluntários da pátria”, o texto destaca o descontentamento com a mobilização para a Guerra do Paraguai expresso pelo grupo dos
a) pais, pela separação forçada dos filhos.
b) cativos, pelo envio compulsório ao conflito.
c) religiosos, pela diminuição da frequência aos cultos.
d) oficiais, pelo despreparo militar dos novos recrutas.
e) senhores, pela perda do investimento em mão de obra.
2. (PUC RIO 2019) A respeito da guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai, entre 1864 e 1870, são feitas as seguintes afirmações:
I – Durante o governo de Francisco Solano Lopes, a economia paraguaia atingiu o seu ápice, com a instalação de linhas de telégrafo, a construção de estradas de ferro, a criação de fábricas, e a manutenção de uma balança comercial favorável.
II – Refletiu as disputas no processo de formação dos Estados Nacionais na região platina, onde a livre navegação na Bacia do Rio da Prata, se apresentava como uma questão estratégica para o países envolvidos no conflito.
III – Visando a manter a escravidão intacta no Brasil, durante o período em que o país estava em guerra, foi proibido o recrutamento de negros e mestiços, tornando impossível o ingresso de escravos fugitivos no exército.
IV – Favorecido por uma economia voltada à exploração agropastoril, o Uruguai passava internamente por um momento político tranquilo, o que explica a sua quase insignifi cante participação no conflito.
Estão corretas APENAS as afirmações
a) I e III
b) II e III
c) I e II
d) III e IV
e) I e IV
3. (ENEM PPL 2015) Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro 1865
Art. 1º – O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do Exército por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento não só do recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é responsável por o que o substituiu, no caso de deserção.
Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).
No artigo, tem-se um dos mecanismos de formação dos “Voluntários da Pátria”, encaminhados para lutar na Guerra do Paraguai. Tal prática passou a ocorrer com muita frequência no Brasil nesse período e indica o(a)
a) forma como o Exército brasileiro se tornou o mais bem equipado da América do Sul.
b) incentivo dos grandes proprietários à participação dos seus filhos no conflito.
c) solução adotada pelo país para aumentar o contigente de escravos no conflito.
d) envio de escravos para os conflitos armados, visando sua qualificação para o trabalho
e) fato de que muitos escravos passaram a substituir seus proprietários em troca de liberdade.
De volta do Paraguai
Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado seu sangue em defesa da pátria e libertado um povo da escravidão, o voluntário volta ao seu país natal para ver sua mãe amarrada a um tronco horrível de realidade!…
AGOSTINI. A vida fluminense, ano 3, n. 128, 11 jun. 1870. In: LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Letras & Expressões, 2001 (adaptado).
Na charge, identifica-se uma contradição no retorno de parte dos “Voluntários da Pátria” que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870), evidenciada na
a) negação da cidadania aos familiares cativos.
b) concessão de alforrias aos militares escravos.
c) perseguição dos escravistas aos soldados negros.
d) punição dos feitores aos recrutados compulsoriamente.
e) suspensão das indenizações aos proprietários prejudicados.
5. (FAMERP 2023) Entre os impactos internos e externos sentidos pelo Brasil após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, estão, respectivamente,
a) a integração da economia paraguaia ao comércio brasileiro e a incorporação do território paraguaio ao Brasil.
b) o aumento do prestígio da monarquia entre a população brasileira e o fim da rivalidade diplomática com argentinos e uruguaios.
c) o desenvolvimento do republicanismo no exército e a confirmação da hegemonia militar sobre a América do Sul.
d) o crescimento do abolicionismo no exército e a ampliação da circulação mercantil na Bacia do Rio da Prata.
e) a consolidação das instituições militares e a constituição de um mercado comum na região centro-sul da América.
6. (UNESP 2022) A Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança expôs:
a) as diferenças estruturais e institucionais entre as colonizações portuguesa e espanhola na América.
b) a hegemonia da presença imperialista britânica e norte-americana na América do Sul.
c) as tensões regionais e disputas comerciais e políticas entre os Estados da região.
d) as ideologias opostas e as distintas posturas diplomáticas adotadas pelos novos Estados americanos.
e) a insistência política e militar espanhola para preservar suas últimas colônias americanas.
1. E
O exercício requer uma análise cuidadosa do texto base, que aborda a insatisfação dos proprietários de escravos sobre recrutamento militar compulsório de seus cativos. De acordo com as informações apresentadas no trecho, mais de 140 escravos foram capturados e enviados para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para os campos de batalha no Paraguai. Essa ação por parte das autoridades imperiais causava grande desagrado entre os proprietários, pois resultava na “perda” de seus cativos e dos investimentos feitos para adquiri-los. Portanto, diante do fracasso em mobilizar voluntariamente soldados para a Guerra do Paraguai, a necessidade de recrutar escravos à força para o conflito gerou protestos por parte dos senhores, como corretamente apresentado na alternativa E.
2. B
I – Correto. Embora seja possível afirmar que o Paraguai vivia seu auge econômico durante o governo de Solano López, é necessário cautela ao descrever seu poderio econômico e capacidade produtiva. Afinal, o Paraguai permanecia predominantemente uma economia agropecuária e com capacidade industrial limitada, especialmente quando isolado após ter sua saída para o mar bloqueada pelas marinhas da Tríplice Aliança.
II – Correto. A Guerra do Paraguai está inserida em um contexto histórico de intensa rivalidade e disputa geopolítica entre os países do Estuário do Prata. Na região, ocorriam disputas territoriais e projetos políticos opostos, como a questão da Livre Navegação do Prata e as ambições argentinas de anexar territórios do Paraguai e Uruguai. No que se refere à navegação no Prata, a Argentina buscava cobrar taxas de embarcações estrangeiras, enquanto Brasil e Paraguai historicamente defendiam a abertura e livre navegação pelos rios. Essa divergência gerava atritos diplomáticos e conflitos políticos. A política interna uruguaia também contribuía para as tensões regionais, já que os blancos uruguaios apoiavam o governo paraguaio, enquanto os colorados simpatizavam com o Brasil. Compreender essas disputas no contexto explica adequadamente o início da Guerra do Paraguai.
III – Incorreto. O recrutamento de negros e mestiços foi crucial para formar a linha de frente do exército brasileiro, dado a fragilidade do exército regular brasileiro e o fracasso da campanha “Voluntários da Pátria”.
IV – Incorreto. O Uruguai estava envolvido em uma Guerra Civil na década de 1860. Pouco antes do início da Guerra do Paraguai, o Uruguai estava sob o governo de Antônio Aguirre, político do partido blanco e aliado estratégico de Solano López, líder paraguaio. No entanto, a intervenção brasileira na Guerra Civil Uruguaia levou à deposição de Aguirre e à ascensão de Venancio Flores, defendendo os interesses brasileiros e prejudicando as ambições políticas de Solano López. Essa intervenção resultou em um ultimato paraguaio ao Brasil, que, ao ser ignorado, levou ao início da Guerra do Paraguai em 1864.
3. E
a) Incorreta. A estratégia descrita pelo texto base não versa sobre os equipamentos do exército brasileiro, mas sim sobre a possibilidade de substituição no recrutamento militar. Portanto, não é possível associá-la ao fortalecimento material do exército brasileiro no século XIX.
b) Incorreta. Os grandes proprietários de terra evitavam enviar seus filhos no conflito militar em questão, ao contrário do sugerido pela alternativa.
c) Incorreta. O intuito da medida exposta no texto base não era aumentar o contingente de escravos em específico, mas sim o de recrutas para o exército. Embora os enviados para a guerra fossem majoritariamente cativos e ex-escravos, a medida não ambicionava esta população em específico para seu recrutamento.
d) Incorreta. O envio de escravos para a guerra atendia aos desígnios militares e da defesa territorial brasileira, e não o aprimoramento dos mesmos para a qualificação ao trabalho.
e) Correta. O envio de cativos para a Guerra foi uma estratégia dos proprietários para evitar o recrutamento próprio e de seu filho. Em troca, os escravizados enviados para os campos de batalha seriam agraciados com a alforria.
4. A
a) Correta. A contradição envolve a constatação por um soldado liberto que seus companheiros e familiares permanecem em condição de escravidão, apesar dele próprio ter conquistado sua liberdade.
b) Incorreta. O ponto de específico de contradição não se relaciona ao ato de alforriar os soldados, mas sim à percepção do contraste entre a liberdade conquistada pelo soldado ao retornar da guerra e a situação de escravidão ainda enfrentada por seus familiares.
c) Incorreta. O texto e a imagem não indicam uma tentativa de reescravizar os soldados enviados para a guerra. Em vez disso, destacam o sofrimento desses soldados ao verem seus familiares ainda submetidos à violência do sistema escravocrata.
d) Incorreta. Não há menção a feitores “recrutados compulsoriamente” para a guerra no documento. Além disso, essa não foi uma prática comum durante a Guerra do Paraguai.
e) Incorreta. O documento não aborda a prática de indenização aos proprietários afetados pelo recrutamento militar na Guerra do Paraguai. O foco está na contradição vivenciada pelo soldado liberto ao retornar da guerra e encontrar seus familiares ainda em cativeiro.
5. D
a) Incorreta. O Paraguai não se tornou um grande parceiro comercial do Brasil logo após a Guerra do Paraguai. Afinal, o Brasil continuou a ser uma economia agrícola exportadora, sobretudo do café, produto este destinado principalmente aos mercados da Europa e dos Estados Unidos. Portanto, não houve uma integração econômica significativa nesse período histórico.
b) Incorreta. Ambas as afirmações não são totalmente precisas. Primeiramente, a monarquia brasileira enfrentou contestações crescentes nas décadas após a Guerra do Paraguai, em uma crise que se agravou com a Questão Militar e a Questão Religiosa. Além disso, a rivalidade com a Argentina não foi imediatamente superada, uma vez que a aproximação geopolítica entre os dois países ocorreu de maneira mais concreta ao longo do século XX.
c) Incorreta. Embora o Brasil tenha saído vitorioso da Guerra do Paraguai, não conseguiu estabelecer uma hegemonia militar incontestável na América do Sul. O conflito deixou o Brasil em uma situação econômica e militar debilitada, devido ao endividamento significativo e às baixas sofridas pelo exército durante a guerra.
d) Correta. A experiência de lutar ao lado de escravos nas batalhas durante a Guerra do Paraguai influenciou a disseminação de sentimentos abolicionistas entre alguns setores do Exército brasileiro. Além disso, a vitória na guerra e os acordos resultantes consolidaram a presença comercial do Brasil na região do estuário do Prata.
e) Incorreta. A Guerra do Paraguai não levou à criação de um mercado comum na região Centro-Sul da América. A discussão sobre um mercado comum regional ocorreu apenas no século seguinte, especialmente nas décadas finais do século XX, culminando na criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
6. C
a) Incorreta. A Guerra em questão não expôs os antagonismos entre a colonização portuguesa e espanhola. Afinal, a própria Tríplice Aliança era composta por Brasil, Argentina e Uruguai, sendo o Brasil de colonização portuguesa e os outros dois de colonização espanhola.
b) Incorreta. Não é possível associar a Guerra do Paraguai com uma suposta hegemonia “norte-americana” na região. Os Estados Unidos tiveram pouco envolvimento no conflito, principalmente devido à Guerra Civil que estava ocorrendo em seu próprio território naquela época. Além disso, o conflito entre o Paraguai e a Tríplice Aliança não pode ser explicado unicamente pelas ações e pelo imperialismo britânico, mas sim por uma complexa interação de causas e tensões geopolíticas na América do Sul.
c) Correta. A principal explicação para o início da Guerra do Paraguai envolve as disputas geopolíticas entre os estados do Estuário do Prata, especialmente em relação a questões de fronteiras e direitos de navegação no Rio da Prata. Essas tensões frequentemente causavam conflitos entre Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil ao longo do século XIX, e a Guerra do Paraguai é o exemplo mais notório desses conflitos.
d) Incorreta. As causas da Guerra do Paraguai não estavam centradas em uma ideologia específica, mas sim em questões geopolíticas ligadas a fronteiras e navegação fluvial.
e) Incorreta. Não há fundamento para afirmar que a Guerra do Paraguai esteve relacionada a uma pretensão colonialista espanhola. O conflito tinha raízes em disputas territoriais e geopolíticas entre as nações envolvidas, mas não estava ligado a tentativas de recolonização espanhola.