Materiais de História

Exercícios de Brasil Colônia para Vestibular e ENEM (com gabarito explicado!)

Resumo: Lista com dez exercícios de Brasil Colônia para você preparar os alunos para o vestibular. Vem com gabarito explicado alternativa por alternativa. Excelente material para testar os aprendizados e se preparar para as provas e ENEM.

Para ver o gabarito e os comentários, clique na barra ao final da lista!

1) (PUC-GO 2023) Conforme João Capistrano de Abreu, primeiro professor da disciplina História do Brasil no país, a ação das Bandeiras seria bem semelhante a:

“[…] homens munidos de armas de fogo atacam selvagens que se defendem com arco e flecha; à primeira investida morrem muitos dos assaltados e logo desmaia-lhes a coragem; os restantes, amarrados, são conduzidos ao povoado e distribuídos segundo as condições em que se organizou a bandeira.”

(ABREU, João C. Capítulos de história colonial. Brasília: Conselho Editorial do Senado Federal, 1998, p. 109. Adaptado.)

Assinale a única alternativa que indica corretamente outra ação comum dos bandeirantes de São Paulo, além da referida destruição das aldeias:

a) O ataque a quilombos, a exemplo do Quilombo dos Palmares localizado no território do atual estado de Alagoas.
b) O ataque aos invasores europeus, a exemplo dos franceses que buscaram expandir suas colônias dominando o território do atual estado do Maranhão.
c) O ataque aos contrabandistas, especialmente os que roubavam esmeraldas, atuando como policiais nos territórios dos atuais estados de Minas Gerais e de Goiás.
d) As expedições contra os argentinos, que fizeram ataques regulares buscando conquistar o território dos atuais estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

2) (Fuvest 2023) “Os vadios são o ódio de todas as nações civilizadas, e contra eles se tem muitas vezes legislado; porém as regras comuns relativas a este ponto não podem ser aplicáveis ao território de Minas; porque estes vadios, que em outra parte seriam prejudiciais, são ali úteis”.

Desembargador J.J. Teixeira Coelho. “Instruções para o governo da capitania de Minas Gerais (1780)”. Apud SOUZA, Laura de Mello e. Os desclassificados do ouro. A pobreza mineira no século XVIII. Rio de Janeiro: Graal, 1982.

A partir da leitura do excerto, que aborda aspectos da sociedade mineira do século XVIII, é correto afirmar que, nessa sociedade,

a) os vadios viviam na ociosidade, o que provocava preocupações constantes nos administradores coloniais.
b) a legislação colonial limitava a circulação dos vadios pela colônia, impedindo-os de ingressar na região das Minas.
c) os vadios participavam de atividades complementares à mineração, o que justificava a tolerância das autoridades locais.
d) os contratadores preferiam engajar vadios no trabalho nas minas, gerando revoltas dos trabalhadores especializados.
e) os vadios participavam ativamente do contrabando de ouro, o que motivava sucessivas ações policiais repressivas.

3) (UNICAMP 2024) “Dos pretos é tão própria e natural a união que a todos os que têm a mesma cor, chamam parentes; a todos os que servem na mesma casa, chamam parceiros; e a todos os que se embarcam no mesmo navio, chamam malungos.”

(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão XX. Parte II. Lisboa: Impressão Craesbeeckiana, p. 165, 1688.)

Sobre as comunidades de malungos no período da escravidão, é correto afirmar, de acordo com o texto, que são formadas

a) nos laços entre africanos de múltiplas etnias, os quais haviam atravessado juntos o Atlântico.
b) no encontro dos africanos nas senzalas, no exercício de ofícios e no trabalho da lavoura.
c) no Novo Mundo por pessoas de uma mesma etnia que se reconheciam como iguais.
d) nos quilombos rurais e urbanos, formados por escravizados fugidos de muitas etnias.

4) (FUVEST 2022) A revolta dos Malês, ocorrida em Salvador em 1835,

a) foi uma revolta organizada por escravizados e libertos, contra a escravidão e a imposição da religião católica.
b) expressava as aspirações de liberdade dos escravos urbanos impedidos de comprar as suas cartas de alforria.
c) externava a indignação da população urbana branca com as práticas da violência e dos castigos públicos.
d) reivindicava mais autonomia para as províncias, contrapondo-se à política centralizadora empregada pelos gestores imperiais.
e) fracassou em decorrência das dificuldades encontradas na arregimentação de escravos dos engenhos do Recôncavo.

5) (ENEM 2021 PPL) Tão bem há muito pau-brasil nestas Capitanias de que os mesmos moradores alcançam grande proveito: o qual pau se mostra claro ser produzido da quentura do Sol, e criado com a influência de seus raios, porque não se acha se não debaixo da tórrida Zona, e assim quando mais perto está da linha Equinocial, tanto é mais fino e de melhor tinta; e esta é a causa porque o não há na Capitania de São Vicente nem daí para o Sul.

GÂNDAVO, P. M. Tratado da Terra do Brasil: História da Província Santa Cruz. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980 (adaptado).

O registro efetuado pelo cronista nesse texto harmoniza-se com a seguinte iniciativa do período inicial da colonização portuguesa:

a) Introdução da lavoura monocultora para efetivar a ocupação do território americano.
b) Implantação de feitorias litorâneas para garantir a extração de recursos naturais.
c) Regulamentação do direito de posse para enfrentar os interesses espanhóis.
d) Substituição da escravidão indígena para apoiar a rede do comércio europeu.
e) Restrição da atividade missionária para sufocar a penetração protestante.

6) (ENEM 2021 PPL) Em Minas Gerais, Pernambuco e outras partes do Brasil, as pessoas de origem mista, e até pessoas brancas casadas com elas, eram excluídas do governo municipal, das irmandades leigas, do clero, de certos comércios e profissões. A eleição de um certo homem para a Câmara de Cachoeira, na Bahia, foi contestada em 1748 porque “ele era um homem cuja qualidade de sangue ainda era desconhecida”, e isso a despeito do fato de que tinha diploma universitário.

SCHWARTZ, S. Gente da terra braziliense da nação. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).

Depreende-se do texto que a configuração política da América portuguesa setecentista era marcada pelo(a)
a) soberania da Igreja na solução de conflitos.
b) restrição da participação nas instituições locais.
c) investimento em educação nos núcleos urbanos.
d) crescimento da liberalidade na distribuição de alforrias.
e) interdição de associações no mundo dos negócios.

7) (Santa Casa 2021) Leia o texto para responder a questão.

Igreja. Uma das instituições fundamentais da América Portuguesa. Para compreender seu papel, é preciso levar em conta o lugar da religião nas sociedades do Antigo Regime e o processo de transformação por que passou a Igreja ao longo dos tempos modernos.

(Ronaldo Vainfas (org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808), 2000.)

A afirmação do texto de que a Igreja foi “Uma das instituições fundamentais da América Portuguesa” justifica-se, entre outros motivos, porque a Igreja

a) coordenou as ações do Santo Ofício na colônia, assegurando a aceitação pelos nativos do poder metropolitano.
b) desempenhou as funções administrativas da colônia, poupando a Coroa dos gastos com funcionários.
c) assumiu o comando de bandeiras e ações militares, facilitando o avanço português nas terras coloniais.
d) desenvolveu o trabalho de conversão das populações nativas e de doutrinação dos colonos.
e) lutou contra a escravização das populações nativas e dos africanos transplantados para a colônia.

8) (PUC-RS 2021) No Período Colonial, a Coroa Portuguesa legitimou por instrumentos políticos e jurídicos a chamada “guerra justa” contra os povos indígenas resistentes à conquista e à colonização das terras do Brasil, o que estimulou

a) a formação das reduções jesuíticas que visavam converter, catequizar e explorar o trabalho dos indígenas nas minas de ouro das Gerais.
b) o extermínio dos povos indígenas do sertão e a expansão da agricultura no interior da América Portuguesa, baseada na agricultura de subsistência e na pequena propriedade.
c) a escravidão dos indígenas para abastecer a demanda de mão de obra das grandes lavouras açucareiras de exportação e os engenhos de açúcar do litoral.
d) a assimilação dos povos indígenas resistentes à cultura portuguesa, tornando-os cidadãos para garantir a superioridade étnico-cultural do conquistador europeu.

9) (ENEM 2020 PPL) A originalidade do Absolutismo português talvez esteja no fato de ter sido o regime político europeu que melhor sintetizou a ideia do patrimonialismo estatal: os recursos materiais da nação se confundindo com os bens pessoais do monarca.

LOPES, M. A. O Absolutismo: política e sociedade na Europa moderna. São Paulo: Brasiliense, 1996 (adaptado).

Na colonização do Brasil, o patrimonialismo da Coroa portuguesa ficou evidente
a) nas capitanias hereditárias.
b) na catequização indígena.
c) no sistema de plantation.
d) nas reduções jesuítas.
e) no tráfico de escravos.

10. (FUVEST 2020) As tentativas holandesas de conquista dos territórios portugueses na América tinham por objetivo central

a) a apropriação do complexo açucareiro escravista do Atlântico Sul, então monopolizado pelos portugueses.
b) a formação de núcleos de povoamento para absorverem a crescente população protestante dos Países Baixos.
c) a exploração das minas de ouro recém‐descobertas no interior, somente acessíveis pelo controle de portos no Atlântico.
d) a ocupação de áreas até então pouco exploradas pelos portugueses, como o Maranhão e o Vale Amazônico.
e) a criação de uma base para a ocupação definitiva das áreas de mineração da América espanhola.

1. A.

2. C.

3. A.

4. A.

5. B.

6. B.

7. D.

8. C.

9. A.

10. A.

1.
a) Correta. Os bandeirantes também desempenhavam o “Sertanismo de Contrato”, isto é, a formação de expedições para destruição de quilombos ou ataque a grupos indígenas hostis. Um exemplo é a bandeira de Domingos Jorge Velho em 1692, responsável pela destruição de Palmares.
b) Incorreta. O ataque contra nações europeias invasoras não era responsabilidade dos bandeirantes, mas sim da própria autoridade portuguesa.
c) Incorreta. Os bandeirantes não desempenhavam função policial. Normalmente, estavam vinculados à busca por metais preciosos, à exploração do território, ao apresamento de indígenas, à destruição de quilombos e à busca por escravos fugidos.
d) Incorreta. O ataque a territórios e nações estrangeiras era desempenhado por forças regulares da coroa portuguesa, e não por bandeirantes.

2.
a) Incorreta. A leitura do excerto revela que os vadios tinham uma utilidade na sociedade mineradora, ao contrário de outras regiões, onde causavam “preocupações constantes” às autoridades.
b) Incorreta. O texto revela a presença de um número considerável de vadios nas Minas Gerais, o que invalida a informação de que estes foram “impedidos de ingressar nas Minas Gerais”.
c) Correta. O texto-base destaca uma tolerância maior das autoridades das Minas Gerais com os vadios, considerando-os úteis para aquela região. Isso se dá pela ampla necessidade da sociedade mineradora de trabalhadores em atividades diversas, como o comércio, a busca por escravizados fugidos, o garimpo e o policiamento da região.
d) Incorreta. Contratador era o nome dado aos mineradores que ganhavam autorização para a exploração de diamantes no Distrito Diamantino. Normalmente, empregavam escravos para a exploração da pedra preciosa, sendo incorreto sugerir que a suposta opção por vadios teria gerado uma revolta de trabalhadores “especializados”.
e) Incorreta. Embora seja correto sugerir que os vadios estavam envolvidos no contrabando do ouro, a alternativa não está alinhada às colocações do texto base, que destaca a importância e utilidade dos vadios nas Minas Gerais.

3.
a) Correta. Conforme o texto destaca, “a todos os que se embarcam no mesmo navio, chamam malungos”. Portanto, segundo o texto, trata-se de um laço de solidariedade formado entre africanos de diferentes etnias que embarcavam no mesmo tumbeiro (navio negreiro).
b) Incorreta. A afirmativa não condiz com o texto base. Afinal, segundo o sermão de Padre Vieira, “os que servem na mesma casas, chamam parceiros”, e não malungos.
c) Incorreta. A afirmativa não condiz com o texto base, que associa malungos à experiência compartilhada de atravessar o atlântico num mesmo navio negreiro.
d) Incorreta. O texto não faz qualquer menção a quilombos, isto é, comunidades de escravizados fugidos.

4.
a) Correta. A Revolta do Malês é considerada uma das mais importantes rebeliões escravas na história do Brasil. Trata-se de uma revolta composta primordialmente por escravizados de origem muçulmana, chamados de “imalês” na língua iorubá. Como falavam árabe e até detinham conhecimentos de escrita nesta língua, conseguiam estabelecer uma comunicação eficiente e discreta das autoridades entre si. Em sua revolta, tinham como objetivo combater a escravidão como ela era praticada no Brasil até então, além de combater a imposição do catolicismo e a vingança contra os brancos, além de negros e mulatos “traidores”. Alguns autores também defendem que os revoltosos buscavam organizar um “Califado Islâmico” na Bahia, embora este ponto não seja consensual na historiografia.
b) Incorreta. Ainda que tenha sido protagonizado principalmente por escravos urbanos de Salvador, sua pauta principal não envolvia o direito de compra de alforria. Propunham mudanças mais amplas na maneira que o escravismo existia em Salvador e a contestação da imposição religiosa do catolicismo.
c) Incorreta. A Revolta foi concebida e composta por escravos e libertos, sem grande adesão da população livre.
d) Incorreta. A Revolta do Malês não exigia maior autonomia às províncias, diferente de outras revoltas regenciais, como a Sabinada ou a Guerra dos Farrapos.
e) Incorreta. O fracasso da Revolta do Malês se deu por delações feitas às vésperas da Revolta, que permitiu algum preparo das autoridades de Salvador frente ao movimento. Ainda assim, a Revolta ocorreu e chegou a tomar o controle de parte de Salvador, embora tenha sido combatida no mesmo dia.

5.
a) Incorreta. A introdução de uma cultura que estimulasse a colonização ocorreu a partir da década de 1530, com a expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa. Ganhou maior ênfase a partir de 1549, com a instalação do governo geral. Portanto, não corresponde ao período do Pau-Brasil, datado do intervalo de 1500 a 1530.
b) Correta. O período de extração do Pau-Brasil corresponde ao contexto pré-Colonial, quando a Coroa Portuguesa ainda não buscava a efetiva colonização do Brasil. Como ainda estava voltada ao lucrativo comércio de especiarias com o Oriente, a América Portuguesa permaneceu com uma importância secundária para a metrópole, voltada apenas para a extração do Pau-Brasil e para seu armazenamento em feitorias (entrepostos comerciais litorâneos).
c) Incorreta. Após o Tratado de Tordesilhas (1494), a Espanha não apresenta interesse particular nas terras da América Portuguesa. Como encontrou metais preciosos em sua porção da América, sua atenção ficou voltada para as regiões mineradoras e para os ganhos da extração dessa riqueza.
d) Incorreta. A extração do Pau-Brasil foi caracterizada pelo trabalho indígena através do escambo. A sistematização da escravidão ocorreu apenas mais tarde, especialmente no contexto açucareiro e colonial do Brasil.
e) Incorreta. A atividade missionária ainda era reduzida nesse contexto. A chegada dos jesuítas ganha maior ênfase com o início do projeto colonizador de Portugal, ou seja, na década de 1530 em diante.

6.
a) Incorreta. O texto relata o impedimento de um indivíduo em tomar posse de um cargo na administração local, sem qualquer menção à Igreja ou à primazia desta em solucionar conflitos.
b) Correta. O excerto destaca um caso de contestação de eleição de um homem para a Câmara de Cachoeira, na Bahia. Alegava-se que ele não tinha um histórico de sangue comprovado, o que afetaria a reputação pública dele enquanto “homem-bom”, o que restringia seu direito de participação efetiva neste órgão.
c) Incorreta. Embora cite que o indivíduo tivesse formação universitária, não há qualquer menção no texto à educação pública nos núcleos urbanos. Vale destacar que o Brasil só teve seus primeiros cursos superiores no século XIX, criados após a vinda da Família Real para o Brasil.
d) Incorreta. O texto não cita aspectos ligados à alforria no Brasil, mas sim o impedimento de um cidadão de tomar posse na Câmara de Cachoeira, na Bahia.
e) Incorreta. O documento revela aspectos ligados à posse em cargos públicos administrativos, não à associações privadas no mundo dos negócios.

7.
a) Incorreta. O Tribunal do Santo Ofício não tinha como função “assegurar” o reconhecimento do poder metropolitano pelos nativos, isto é, pelos ameríndios. Visitavam o Brasil para investigar práticas heréticas e supostos desvios de conduta do mundo católico, sem direta relação específica com a obediência política por indígenas.
b) Incorreta. Ainda que a Igreja tenha desempenhado funções administrativas importantes, ela não poupou os custos do Estado Português. Afinal, a Igreja recebia contribuições do Estado Português, o que representava um custo importante para os cofres de Portugal no projeto colonial.
c) Incorreta. As bandeiras eram expedições militares contratadas por particulares, sobretudo proprietários de terras e escravos no Brasil colonial.
d) Correta. A Igreja foi fundamental para a manutenção da estrutura colonial, sobretudo na catequização dos indígenas, na educação e religiosidade dos colonos e também para exercer aspectos administrativos na colônia. Sobre este último ponto, a Igreja era responsável pela administração de cemitérios, realização de casamentos, além de registros de mortes e nascimentos no Brasil.
e) Incorreta. Embora os Jesuítas combatessem a escravização ilegal de indígenas, esses religiosos e a Igreja não foram contrárias à escravização de africanos. Pelo contrário, contribuíram para sua legitimação política e religiosa através de interpretações específicas de trechos bíblicos.

8.
a) Incorreta. As reduções jesuíticas não atuaram especialmente na região das Minas Gerais. Elas tiveram maior proeminência em regiões como a Amazônia e o Sul da América Portuguesa.
b) Incorreta. Não é correto sugerir que o avanço da colonização em territórios antes indígenas levou à formação de áreas de “agricultura de subsistência”. O território tomado dos povos nativos eram voltados sobretudo para a atividade agropastoril extensiva, seja a de açúcar, seja àquelas voltadas para apoiar o cultivo de cana – como a pecuária ou a mandioca, por exemplo.
c) Correta. A Guerra Justa era um mecanismo legal que determinava as condições válidas para a escravização de indígenas. Entre seus argumentos, era legítimo escravizar nativos em situações de hostilidade aos portugueses, de recusa ao catolicismo e de antropofagia (canibalismo). Nesses casos, os indígenas poderiam ser legalmente escravizados e utilizado no trabalho em lavouras coloniais.
d) Incorreta. A Guerra Justa legitimava situações de escravização do indígena, o que contraria a afirmação de que eles se tornariam “cidadãos” na lógica portuguesa.

9.
a) Correta. De acordo com o texto, o patrimonialismo da colonização portuguesa se caracterizava pela interseção entre os bens públicos e privados, uma prática bastante difundida na época. As Capitanias Hereditárias, por sua vez, eram extensões de terras da colônia concedidas a particulares, especialmente membros da pequena nobreza portuguesa. Estes detinham tanto direitos quanto deveres de exploração dessas terras, atuando simultaneamente como administradores públicos e legítimos proprietários. Portanto, trata-se de uma situação na qual o capitão donatário exercia autoridade pública sobre um bem público (a terra), enquanto buscava explorá-la para seus interesses particulares.

b) Incorreta. O ato de catequizar dos indígenas não exemplifica uma situação clara de mistura entre bens particulares e bens privados, mas sim de ação religiosa no território colonial.
c) Incorreta. O sistema de plantation em si trata de uma forma adotada para a cultura de produtos como o açúcar, e não uma situação clara de mistura de patrimônio público e privado.
d) Incorreta. As reduções jesuíticas eram espaços da Igreja Católica, não exemplificando uma situação em que os bens públicos e privados se misturam.
e) Incorreta. O tráfico de escravos era um negócio especificamente voltada ao bens privado, não exemplificando uma situação de patrimonialismo.

10.
a) Correta. A ocupação holandesa no Nordeste decorreu do interesse dessa nação em retomar a participação nos negócios do açúcar. Afinal, com a União Ibérica, os holandeses foram excluídos dos negócios do açúcar da América Portuguesa, tendo em vista que a nova situação política faz da Holanda uma adversária geopolítica de Portugal graças à União dos reinos ibéricos.
b) Incorreta. A invasão do Nordeste tinha interesses econômicos vinculados à produção de açúcar, e não um esforço de colonização da Holanda.
c) Incorreta. As minas de ouro na América Portuguesa foram descobertas apenas posteriormente, na virada do século XVII para o XVIII. Por sua vez, a invasão holandesa no Brasil ocorreu em meados do século XVII.
d) Incorreta. Pelo contrário, a invasão holandesa ocorreu na área mais densamente povoada da América Portuguesa. Primeiro, tentou ocupar a cidade de Salvador, sem sucesso. Em seguida, concentrou seus esforços na tomada de Pernambuco, estendendo seus domínios do Sergipe até o Maranhão.
e) Incorreta. A ocupação holandesa visava os negócios de açúcar, e não a mineração da América Espanhola.

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