Resumo: Atividade para você trabalhar a História da África com os sextos anos dos anos Finais. Aborda a importância da tradição oral na África Ocidental, analisando a lenda de Sundiata Keita e a fundação do Reino do Mali. Pronta para imprimir e resolver com os alunos! (EF06HI07)
Habilidade: (EF06HI07) Identificar aspectos e formas de registro das sociedades antigas na África, no Oriente Médio e nas Américas, distinguindo alguns significados presentes na cultura material e na tradição oral dessas sociedades.
Objetos de Conhecimento: As diferentes formas de organização política na África: reinos, impérios, cidades-estados e sociedades linhageiras ou aldeias
A importância da Tradição Oral – O Império do Mali
Todos nós já ouvimos falar em histórias lendárias. Alguns exemplos são a lenda do Minotauro, a história de Ali Babá e os Quarenta Ladrões, ou o espetacular Cavalo de Tróia. Há também aquelas mais folclóricas, como o Saci Pererê ou a mesmo a história Chapeuzinho Vermelho.
Você consegue se lembrar quando foi a primeira vez que ouviu alguma dessas histórias? Provavelmente não, né? E, embora estejam registradas em livros e textos, é mais comum que esse tipo de história passe de geração para geração contadas através da voz.
Em algumas regiões do planeta, a tradição de contar histórias através das gerações tem uma importância ainda maior, como na África Ocidental, mais especificamente no Mali em Gana.
Lá, mais do que lendas e folclore, as histórias não são apenas lidas em livros ou vistas em filmes. Elas são contadas e cantadas, passadas de geração em geração através de palavras e músicas, em uma prática conhecida como tradição oral.
Quem são os griots?
Na África Ocidental, o griot (fala-se “griô”) é um contador de história muito especial, praticamente uma biblioteca viva. Os griots não apenas contam histórias; são também poetas, músicos e historiadores, sendo muito respeitados em suas comunidades.
Sua importância e tradição vêm de tempos longínquos, desde o século XIV, pelo menos. E ao longo da história até os dias atuais, essas pessoas têm a importante missão de preservar e compartilhar as histórias do seu povo.
Para deixar a narrativa mais atraente, eles tocam instrumentos tradicionais, como a kora, que parece uma harpa, e o balafon, parecido com um xilofone.
Cada vez que um griot conta a história, ele pode adicionar novos detalhes para torná-la mais interessante para as pessoas que estão ouvindo. Por exemplo, se na região onde o griot vive há muitos búfalos, ele pode incluir um búfalo como personagem na história. Se contasse uma história no Brasil, poderia adicionar um vira-lata caramelo ou até um papagaio!
Essas técnicas mantém as histórias vivas e conectadas com a vida das pessoas.
A História de Sundiata Keita
Uma das histórias mais populares que os griots contam é a do herói Sundiata Keita, o fundador do Império Mali.
Sundiata era filho de um rei local chamado Maghan Konfara e de uma heroína com poderes mágicos, Sogolon Conde. Ele nasceu com um problema físico que o impedia de andar, além de ter o corpo coberto de pelos. Mesmo assim, ele tinha uma força e uma determinação extraordinárias, o que lhe rendeu o apelido de “Rei Leão”.
Segundo a lenda, Sundiata usou a magia herdada de sua mãe para conseguir andar. Depois, por motivos desconhecidos, Sundiata teria sido exilado de seu reino, perdendo o trono de seu pai. Para reconquistar o poder, ele buscou alianças com outros líderes locais, mostrando-se um valente líder estrategista militar.
A Batalha contra Sumanguru Kanté
O maior inimigo de Sundiata foi o rei Sumanguru Kanté, um feiticeiro rival que governava o Reino de Soso.
Sumanguru era obcecado por música, e ele tinha um balafon mágico – um instrumento musical que ele usava para controlar as pessoas com sua magia. Para conseguir esse balafon, Sumanguru teve que sacrificar sua própria irmã, mostrando o quão desesperado ele estava por este instrumento.
Determinado a retomar a liderança de seu povo, Sundiata voltou do exílio com um exército para enfrentar Sumanguru e seu reino. Em uma grande batalha, Sundiata derrotou Sumanguru, libertando seu povo da opressão. Esta vitória marcou o início do poderoso Império Mali.
O poderoso Império do Mali
A história do Mali não terminou por aí. O reino fundado por Sundiata se tornou um dos mais poderosos da África e de todo o planeta.
A principal fonte de riqueza do Mali era o comércio de ouro e sal. Como se situava entre a região de ouro da África Ocidental e o Norte da África, o Mali se estabeleceu como um centro de comércio e passagem de caravanas.
A riqueza era tamanha que Mansa Musa, neto de Sundiata Keita e posterior líder do Mali, se tornou famoso por sua imensa riqueza. Ele é muitas vezes considerado uma das pessoas mais ricas de toda a história.
Durante sua famosa peregrinação a Meca, Mansa Musa distribuiu tanto ouro que desvalorizou a metal precioso em várias regiões por onde passou.
Aprendendo com a Tradição Oral
Essas histórias não são apenas divertidas; elas ensinam lições importantes sobre coragem, superação e a história do povo. Além disso, quando as pessoas ouvem as histórias dos griots, elas aprendem mais sobre os antepassados e mantém vivas as tradições da sua cultura.
Em nossa sociedade, a tradição oral permanece muito importante. Além das lendas que vimos, é comum que os familiares mais velhos contem sobre o passado de nossa família ou do bairro em que vivemos.
Portanto, ainda que os griots não existam no Brasil, a tradição oral se faz presente e muito pertinente para preservar nossa memória.
Atividades
1) Com suas palavras, explique quem são os griots e sua importância.
2) O que os griots fazem para atrair a atenção dos ouvintes?
3) Como se chama o reino que Sundiata Keita fundou? Por que era um reino tão rico?
4) Preencha corretamente as frases abaixo:
- Sundita Keita foi um _____________ do império do _______________. (líder / inimigo); (Mali / Gana).
- ____________, neto de Sundiata Keita, é considerado o homem mais rico de toda História. (Mansa Musa / Maghan Konfara)
- Um instrumento muito popular na África Ocidental é o ______________, parecido com um xilofone (kora/balofon).
- Ouvir os griots é uma maneira de ______________ a tradição e a cultura da população na África Ocidental. (esquecer/manter viva).
5) Qual a importância da Tradição Oral no Brasil hoje?
1. Os griots são contadores de histórias muito respeitados na África Ocidental, especialmente em Gana e no Mali. Eles são como bibliotecas vivas que preservam e compartilham a história, as lendas e as tradições de seus povos. Além de contar histórias, os griots são também poetas, músicos e historiadores, mantendo viva a memória coletiva e ensinando as lições do passado às novas gerações.
2. Os griots atraem a atenção dos ouvintes usando uma combinação de narração de histórias, poesia, música e canto. Eles tocam instrumentos tradicionais como a kora, que parece uma harpa, e o balafon, que é parecido com um xilofone. A música e o ritmo tornam as histórias mais envolventes e ajudam a capturar a imaginação das pessoas.
3. O reino que Sundiata Keita fundou se chama Império Mali. Era um reino muito rico devido ao seu comércio de ouro e sal. Localizado entre as regiões produtoras de ouro da África Ocidental e o Norte da África, o Mali se tornou um importante centro de comércio e passagem de caravanas, acumulando grande riqueza.
4. a) Sundiata Keita foi um líder do império do Mali.
b) Mansa Musa, neto de Sundiata Keita, é considerado o homem mais rico de toda História.
c) Um instrumento muito popular na África Ocidental é o balafon, parecido com um xilofone.
d) Ouvir os griots é uma maneira de manter viva a tradição e a cultura da população na África Ocidental.
5. A tradição oral no Brasil hoje é importante porque ajuda a preservar e transmitir a cultura, a história e os valores das diferentes comunidades. Contar histórias, cantar músicas tradicionais e realizar danças folclóricas são formas de manter vivas as raízes culturais e fortalecer a identidade das pessoas. Além disso, a tradição oral é um meio de educação e transmissão de conhecimentos que não estão nos livros, garantindo que as memórias e experiências das gerações passadas continuem a ser valorizadas e compartilhadas.