Resumo: Atividade com textos sobre conceitos fundamentais da Modernidade, acompanhada de questões para compreensão conceitual. Sugerida para o oitavo ano e também pode ser adaptada para o Ensino Médio.
Habilidades: EF07HI07, EF07HI13, EF07HI17, EF08HI01, EF08HI04, EF08HI06
O Antigo Regime
Um dos períodos mais importantes da História foi a Idade Moderna. Este período marcou uma profunda transformação na humanidade, inaugurando novos desafios e novas formas de ver o mundo. Foi nesta época, por exemplo, que os Europeus chegam à América; Que os artistas criam técnicas inovadoras e se transformam durante o Renascimento (ver imagem da Monalisa abaixo); Martinho Lutero transforma a Igreja Cristã, criticando algumas práticas da Igreja Católica e fundando a Religião Protestante; Ou seja, foi um período riquíssimo para a formação do mundo como ele é hoje.
No entanto, um aspecto desse período é muito importante para nós: O Antigo Regime.
O Antigo Regime foi a forma de organização social, política e econômica existente durante a Idade Moderna. Em outras palavras, é a forma que as pessoas viviam, que a sociedade se organizava e a forma que o governo exercia seu poder naquele momento da história. E, existem três principais aspectos do Antigo Regime que estudaremos hoje: o aspecto político, o aspecto social e o aspecto econômico.
a) Absolutismo: Poder e Política no Antigo Regime
A maioria dos países no Antigo Regime estavam sob o governo das Monarquias Absolutistas. Por serem uma monarquia, isto significava que tinha apenas um governante supremo, um único líder que controlava todos os seus súditos: O monarca, ou o Rei. Geralmente o Rei indicava seus conselheiros e seus ministros, sendo que a decisão final e suprema sempre ficava a seu critério. Ao Rei cabia controlar os exércitos, chefiar as reuniões de governo e também tomar decisões supremas sobre os rumos da economia e das leis dos países.
Falamos que é uma monarquia absolutista pois o rei governava de forma absoluta. Não havia nenhuma lei que limitasse seu poder, e ele governava até o fim de sua vida. Não havia eleições, não havia impeachment e nenhuma organização que se opusesse abertamente às decisões reais. Logo, ele basicamente tinha todo o poder em suas mãos, e, de forma geral, qualquer tentativa de oposição ou crítica ao rei era punida com severidade.
Diversos países tiveram monarcas absolutos, sendo que o exemplo mais famoso foi o Luís XVI, da França. Ele era conhecido como o “Rei Sol”, exatamente pois tudo e todos deveriam orbitar em torno de seus desejos e pensamentos. Segundo consta a história, uma vez, ao responder sobre quem seria seu governo, Luís XVI respondeu: “O Estado sou Eu”. E como as pessoas aceitavam isso? Tudo era aceito pelo temor à punição e pela teoria do direito divino. Segundo o clero e os pensadores da época, como Jacques Bossuet, o Rei era o representante de Deus na terra, e suas decisões nada mais eram do que as decisões que Deus exigia. Desta forma, quem se opusesse ao Rei, estaria se opondo a Deus. Alguém iria encarar?
Nada havendo de maior sobre a terra, depois de Deus, que os príncipes soberanos, e sendo por Ele estabelecidos como seus representantes para governarem os outros homens, é necessário lembrar-se com toda a obediência, pois quem despreza seu príncipe soberano despreza a Deus, de quem ele é a imagem na terra. (BODIN, Jean. “Seis livros sobre a República”).
b) A Sociedade no Antigo Regime
Vimos como o governo e poder funcionava no Antigo Regime e na Idade Moderna. Mas e as pessoas comuns? Como viviam, quais eram suas funções, seus trabalhos?
Durante a Idade Moderna, vigorou o sistema de Sociedade conhecida como “Sociedade Estamental”. Isso significa que a sociedade era dividida em estamentos ou grupos definidos a partir do nascimento. Cada grupo tinha seus deveres e obrigações diferentes das demais. Além disso, era impossível a mobilidade social: Se você nascesse pertencente a um grupo, era praticamente impossível subir ou descer nesta sociedade. Veja o esquema abaixo sobre a sociedade na França do século XVIII:
Os três grupos sociais definidos eram: O Clero, a Nobreza e o Terceiro Estado. Teoricamente, cada grupo tinha um dever na sociedade: O Clero era responsável pela salvação espiritual das pessoas, devendo orar e garantir um lugar aos céus. A nobreza deveria lutar e defender a população e o Clero. Por fim, o Terceiro Estado, isto é, o resto da população, deveria trabalhar e pagar impostos para sustentar toda a sociedade de época.
Portanto, como pode-se ver, a sociedade do Antigo Regime era desigual, hierarquizada e muito rígida. É claro que isso não agradava a todos, e gerou muita insatisfação entre as pessoas, principalmente no século XVIII.
c) Mercantilismo
O conjunto de práticas econômicas que vigorou nos países europeus entre os séculos XV e XVIII são conhecidas como mercantilismo. Embora cada país adotasse medidas específicas, elas tinham e comum o objetivo de formar Estados economicamente fortes e poderosos. Para tanto, as leis e determinações econômicas tinham como base os seguintes princípios:
1. Protecionismo: privilegiar o consumo dos produtos locais em vez das importações.
2. Metalismo: buscar acumular o máximo de metais preciosos, como ouro e prata. A riqueza de uma nação é medida pelo quanto de metal precioso ela possui.
3. Balança Comercial favorável: sempre procurar exportar mais do que importar. Isso leva ao acúmulo de metais preciosos, atendendo o princípio do metalismo.
Exercícios
1. O que era a teoria do direito divino dos reis?
2. Dê sua opinião pessoal: Você concorda com o sistema de Monarquia Absolutista? Você acha que funcionaria hoje no Brasil? Por quê?
3. É possível afirmar que a sociedade brasileira atual é estamental? Justifique.
4. Com a ajuda do(a) professor(a), explique o que há de diferente entre o Mercantilismo e a Economia nos dias de hoje. Compare as ideias do “protecionismo”, “metalismo” e “balança comercial favorável”.
5. O Mercantilismo é uma doutrina econômica na qual o Estado intervém ou não intervém na economia? Justifique.
1. A teoria do direito divino dos reis era a ideia de que os reis recebiam seu poder diretamente de Deus e, portanto, não precisavam prestar contas a ninguém além dele. Era a ideia que sustentava ideologicamente o absolutismo, e foi apoiada por pensadores como Jean Bodin e Jacques Bossuet.
2. Não, o sistema de Monarquia Absolutista não é ideal. Não funcionaria hoje no Brasil porque somos um país que busca a democracia, a igualdade e a participação do povo na política.
3. Não, a sociedade brasileira atual não é estamental. Na sociedade estamental, a posição social de uma pessoa é determinada pelo nascimento, e há pouca mobilidade entre as classes sociais. No Brasil contemporâneo, embora ainda haja profunda desigualdade e entraves sociais, supõe-se que as pessoas possam progredir com base no mérito, na educação e no esforço pessoal.
4. No Mercantilismo, o foco principal era o enriquecimento do Estado, por meio do acúmulo de metais preciosos, do protecionismo (imposição de tarifas para proteger a produção interna) e da busca por uma balança comercial favorável (exportação maior do que importação). Na economia atual, há uma ênfase maior na livre concorrência, na globalização e na diversificação das fontes de riqueza, com menos intuito em acumular metais preciosos e mais em desenvolver setores diversos e competitivos.
5. No Mercantilismo, o Estado intervém fortemente na economia, utilizando políticas como o protecionismo para proteger as indústrias nacionais, o metalismo para acumular reservas de ouro e prata e buscando uma balança comercial favorável. Essas políticas visam fortalecer o Estado e aumentar sua riqueza.